"Se a vida é subjectiva, o futebol é 100 vezes mais"

Pablo Aimar

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Eleições no Barça I

Ferrer, Ingla, Rosell, Benedito


Domingo foi dia de eleições no Barça. Eram quatro os candidatos e sem grande surpresa ganhou o favorito, Sandro Rosell, com cerca de 60% dos votos. A única surpresa foi o candidato que ficou em 2º lugar (Augusti Benedito), pois à partida era o que tinha menos favoritismo, e já tinha sido surpresa ter conseguido as assinaturas necessárias para poder ser candidato. Em 3º e 4º lugar ficaram Marc Ingla e Jaume Ferrer.


O curioso é que todos os candidatos foram membros da direcção do presidente Laporta, sendo que apenas Jaume Ferrer resistiu até ao fim, sem se demitir, e apenas por isso teve apoio do presidente cessante. Aliás, Laporta queria que o "seu" candidato fosse A.Godall, seu amigo de infância e também um dos sobreviventes da direcção, mas ainda antes da corrida desistiu.


Esta campanha foi um pouco estranha, pois o clube está numa situação desportiva invejável, mas ao mesmo tempo o presidente ainda em funções gera pouca simpatia. Não deixa de ser humilhante que o candidato que apoiou tenha ficado em último, com apenas 10,8% dos votos.


Estes resultados são relativamente fáceis de explicar. Sandro Rosell era o favorito, devido a uma campanha não oficial que foi fazendo. Aparecia muito nos media e foi ganhando ainda mais notoriedade. Todos os outros candidatos só o foram muito perto das eleições e por isso partiram em desvantagem. E se Jaume Ferrer e Marc Ingla tinham já alguma notoriedade, o mesmo não se podia dizer de Agusti Benedito. Ao verem-se longe do primeiro lugar nas sondagens, os dois primeiros optaram por atacar S.Rosell, acusando-o de ter negócios menos claros no Brasil, sem se darem ao trabalho de explicar. Rosell pôs um processo a Marc Ingla, o mais contudente nas acusações e este deu um grande tiro no pé ao acusar Rosell de jogo sujo (quando era o próprio Ingla que estava ao levantar suspeiras sobre Rosell sem provas). A.Benedito pôs à margem desta situação e ganhou muitos pontos com isso.


Nos debates, daquilo que fui lendo era basicamente um todos contra Rosell. Mas sem grandes ideias, precisamente porque no futebol tudo corre sobre rodas. Em ideias, no geral há poucas diferenças entre todos (basicamente todos quiseram colar-se a Guardiola e pouco mais), pelo que o essencial era escolher a pessoa que demonstrasse ter melhor carácter e que inspirasse mais confiança.


Jaume Ferrer foi enormemente prejudicado pelo apoio de Laporta. Não tenho dúvidas que se Laporta não o tivesse apoiado teria tido mais votos. E isto explica-se por dois motivos. Por um lado, Laporta quis apoiar tanto, que apareceu mais do que o próprio Ferrer, retirando-lhe visibilidade e passando umm imagem de "fantoche". Por outro lado, estar "colado" a Laporta não dá só por si votos, antes pelo contrário, e irei explicá-lo noutro post.

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